A FONTE DA VIDA
Chove cá fora e dentro de mim
Chove em Portugal neste confim!
Água farta do reino dos Céus
Da chuva enviada por Deus!
Ao cair é sorvida pelo solo
Penetrando fundo no subsolo.
Cai numa espécie de caverna…
A vida buscará essa cisterna!
Sente-se uma plena harmonia
Como a noite dando lugar ao dia!
O gérmen da terra brotará contente
Vendo o equilíbrio no meio ambiente!
Rui Pais
22/04/2006
VERSEJAR
Versejar é dar vida à poesia!
Conceber no devaneio e no real
A essência genuína de seu ritual!
Versejar é o espírito da fantasia!
É um percurso sinuoso nos versos
Que é ganho por vencedores coesos!
É a mudança no marco da evolução
Que nos associa à próxima geração!
Versejar é pontuar na literatura
Elevar-se na escada da cultura!
Exige o aprofundar do pensamento
Escavando fundo no sentimento!
Versejar é pôr o saber em evidência…
Ser um curioso na área da ciência!
É entrar num universo mais intenso
Aceitar o lado espiritual com senso!
Versejar é não ter limites na mente
Elevar para o infinito o subconsciente
Numa sublimação da alma aos Céus
Em círculos à volta de Deus!
Rui Pais
20/05/2006
O RIO
O rio é altivo em seu porte
Quase não se lhe ouve a voz!
Sabe que depois da nascente
Seu objectivo é alcançar a foz!
Ele não morre, renova-se!
Recomeça nessa penitência…
Soergue-se!
Mantém um ciclo
Que dá de beber ao mundo!
Arrasta seu crucifixo
Num leito pouco profundo!
Rui Pais
20/04/2006
A MELODIA DA NATUREZA
Não será o coração o caudal que acciona a vida…
Como o mundo com rios e afluentes na descida?
Não teremos um sistema nervoso como a Terra…
Que quando se agita mexe com essa estrutura?
Porque fustiga o temporal o mar e este chão?
Porque silva o vento no Inverno ou no Verão?
E porque chove mais aqui ou naquele lugar?
Não é por acaso que o vento vem do mar!
Não servimos nós de adubo a este terreno?
Há um renascer na estação de clima ameno!
Em cada coisa a natureza empresta sua voz…
Mesmo na água calma do rio que chega à foz!
Rui Pais
17/04/2006
FENÓMENOS PARANORMAIS
A noite mostrou-se enevoada
Altas horas da madrugada…
No centro de comunicações
Nem emissões nem recepções!
Notei um rumor estranho de motor
Zumbido que vinha do exterior…
Um pequeno foco de luz vermelha
Mais nada via além dessa centelha!
A cerca de cinco metros de distância
Ouvia um meio aéreo de grande potência…
Mas os voos nocturnos estavam interditos
E eu via-me entre a realidade e os mitos!
A pequena luz permanecia nesse lugar
Eu tinha uma arma mas não devia usar…
Pressenti uma voz interior que me dizia
Não dispares e verás a aurora do novo dia!
Tinha a percepção de ser observado…
Fiquei como estátua quase petrificado…
Encontrava-me perante o paranormal
Um caso verídico sem argumento real!
São parte de fenómenos paranormais
Circunstâncias raras e ocasionais
Que nossa ignorância não sabe discernir
Porque esse saber ainda está no porvir!
Rui Pais
24/02/2006
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UM GRITO DE REVOLTA
Este povo está num sufoco…
Padece e ganha pouco!
Já nem sabe como aguenta…
Em breve o dique rebenta!
Nação sofrida de tanta melancolia
Quem te liberta da insistente agonia?
Sente-se que há uma revolta popular…
No odor a maresia que paira no ar!
Gente que trás a fome disfarçada…
Que vai aguentando de boca calada
Estes políticos dementes da confusão
Que nos retiram a pouca protecção!
Tudo nos levam, jogam-nos na lama
Pátria de Portugal que tiveste fama!
Astutos com falsas juras e artimanhas
É nos impostos que tudo arrebanhas!
Neste desgaste consomes a nação…
Qual esquerda ou direita, tanta confusão!
Abaixo com esta política desgastada
Um novo renascer, uma nova alvorada!
Uma geração em prol do ambiente
Virá sensibilizar todo o continente!
Um governo de carácter naturalista
Mostrará a tendência ecologista!
Dinamiza-se o comércio a indústria…
Outra via de lidar com a economia.
Fim a esta atroz falta de emprego
Queremos de volta a paz e o sossego!
Rui Pais
21/04/2006
UM DESÍGNIO
Ter fé, é acreditar, ter esperança…
Um desígnio que a vontade alcança!
É admitir que temos essa capacidade
De fazer da utopia uma realidade!
A mente tem a visão dilatada
Não conhece limites e é fascinada!
Trás no seu impulso a mão de Deus
Nosso Legislador do reino dos céus!
Na vida há um projecto a seguir…
Insere-se no nosso evoluir.
Não se pode parar o progresso
É parte da estrutura do Universo!
Rui Pais
19/04/2006
A ANIMAÇÃO DE CASCAIS NO VERÃO
No verão é contagiante a vida de Cascais
Tem seus atractivos nas belezas locais.
Possui uma baía em forma de ferradura
Abre-se ao mar em acentuada curvatura!
Belas moradias viradas ao Sol e ao oceano
Algumas integram um urbanístico plano!
A vila possui frota de pesca e um porto
Propícia a quem tem gosto pelo desporto!
A marina é recente, paralela ao mar…
Os yates entram e partem sem parar!
Ela forma uma península artificial
Num complexo moderno e funcional!
Caminho na vila por ruas pavimentadas…
Pracetas, becos, travessas e calçadas!
Passeio nas praias, próspera o turismo…
Vem com a noite um ambiente giríssimo!
Há bares, discotecas, muita animação…
Frequentado em maioria pela juventude
A vida nocturna enche-se de agitação…
Instala-se a atmosfera própria da idade!
Rui Pais
15/04/2006
OS RELÂMPAGOS DA MORTE
Imensos relâmpagos na forte trovoada
Surgem na aurora de forma continuada.
Alumiam espaços entre as nuvens e a terra…
Descarga energia como bombas na guerra!
Aconteceu na Guiné numa missão militar…
Estava em área restrita a comunicações
Quando um potente clarão cruzou o ar
Atravessou o espaço na minha direcção!
A seguir o estrondo, estava em meu ofício
Os fios ardiam lembrando fogo de artifício.
Por instinto atirei-me do assento para trás…
Como quem leva um tiro e jaz em paz!
Não sei que tempo permaneci assim…
Lembro essa posição quando vim a mim!
Tombado ao comprido estirado nesse chão
Em meu redor havia espaços de solidão!
Consciente de que não me podia mover
Esperei um tempo até me poder erguer…
Lá fui cambaleando contar o ocorrido
Mas ao chegar minha voz tinha sumido!
Aos poucos ia recuperando minha fala…
Tinha perdido os sentidos nessa sala!
Senti a intensidade da corrente forte
E foi por um triz que escapei à morte!
Rui Pais
23/02/2006
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