UM PROBLEMA DE ENERGIAS
Meus versos falam de todo o sonho
Sou o lírico visionário das fantasias…
Neste objectivo a que me proponho
Vou consumindo os meus dias!
Busco o equilíbrio e a harmonia
Tenho esse problema da energia.
Ela é absorvida tão rapidamente
Fica o corpo arredado da mente!
Observo em redor a grandeza do mundo…
É bem visível como avança o progresso…
Enquanto me ausento num sono profundo
Alguém se aproveita e pega o sucesso!
Parece que meu pensamento voa
E o corpo fica deambulando à toa…
Minha mente flutua num espaço vazio
Perdida num enredo em que não confio!
Rui Pais
31/01/2006
NINGUÉM IGUAL A MIM
Nunca encontrarás ninguém igual a mim
Eu sou a sensualidade dentro do teu jardim!
Diferente na minha forma de ser
Junta-te comigo abraçando meu querer!
Seremos amantes por toda a vida
O nosso amor sarará qualquer ferida…
Sobre nossa vontade criaremos o paraíso
Deixa-me provar o teu mel, dá-me esse sorriso!
Escreveremos nossos poemas em Dueto
Beijo-te e encosto teus seios ao meu peito…
Quero sentir tua pele suave e macia
Compartilha comigo nesta mesma euforia!
Deixa-me navegar por teus lagos e mares
Penetrar tua floresta e em teus pomares…
Quero provar do teu fruto mais apetecido
Ser o teu batedor e sentires o prazer do libido!
Recordaremos esses romances lidos de outrora…
O nosso é mais belo e está presente na hora…
Vamos alimentá-lo no tempo e na continuidade
Para que fique selado para a posteridade!
Rui Pais
27/01/2006
ALGUÉM MUITO ESPECIAL
Conheci alguém muito especial
No início de Fevereiro, era Carnaval…
Seu corpo esguio, como era formosa
Tinha a frescura da mais bela rosa!
Logo que a vi senti-me apaixonado…
Eu queria ser o seu namorado…
Tremia sem saber o que lhe dizer…
Fiquei perplexo perante tal mulher!
Parou e fitou-me com olhos de espanto…
Eu via nela um fenómeno, um encanto…
Disse-me: vou sentar-me à beira-mar
E se quiseres podes-me acompanhar!
Ao chegar houve um enorme silêncio…
Invadiu-nos uma brisa ligeira e tão leve
Como um beijo afectuoso e muito suave
Imaginei-a sereia, uma rara e bela ave!
Ficamos juntos! O tempo parecia não passar!
Durante a noite convidei-a para bailar…
Foi um romance de tal maneira envolvente
Que ainda hoje me persegue, está presente!
Rui Pais
25/01/2006
UM AMOR AO LUAR
Quero ser o teu explorador
E tu a minha floresta sedenta de amor!
Nosso romance crescerá ao luar
Verás como os astros o irão cobiçar!
Será um querer genuíno e fecundo
No ar os perfumados aromas deste mundo
Embriagando nossa natureza
Selvagem e primitiva…
Eu quero sentir-te uma mulher
Amorosa, feminina e sensitiva!
Num amor sensual, arrebatador…
Com o encanto próprio do beija-flor!
Nosso sentimento será efervescente…
Mas também sublime e inocente!
Beijo-te cheio de frenesim…
Meu botão em flor, meu jasmim…
Recordo a história de Eva e Adão
Arrebatados na sua primeira paixão!
Provaremos do fruto proibido
Sinto prazer ouvindo teu gemido…
Nossos corpos roçando-se de desejos
Não se saciam apenas com meros beijos!
Tu és a minha doce colmeia
Deixo-me enredar na tua teia…
Vejo mais brilho nas estrelas do céu
Neste êxtase que é teu e meu!
No nosso intenso amor ao luar
Sinto uma melodia em redor a flutuar…
Olho essas penas garridas em voo das aves
Como são lindas, ligeiras, leves e suaves!
Rui Pais
23/01/2006
PORQUE NÃO EVOLUI PORTUGAL
Porque não evolui Portugal?
Não evolui porque quase tudo está mal…
Está desmotivada toda esta nação
O país consciente tem essa percepção!
Originou-se um colapso financeiro
Muita gente e tão pouco dinheiro…
Sem empregos e salários tão baixos
Os políticos vão mantendo seus tachos!
Eles são um mundo de promessas
Falam demais e tudo são conversas…
Enquanto nosso povo está desesperado
Busca um trabalho melhor remunerado!
Será necessário voltar a imigrar…
Deixar de novo a pátria à beira-mar?
Português, tu tens um coração imigrante
A tua gente parte, é gente errante!
Queremos acompanhar o ritmo europeu
Mas ele está bem no pelotão da frente…
Nós apenas temos uma visão deslumbrante
Olhando essa Europa do sonho que se teceu!
Portugal, se um dia te retiram o ameno clima
Com esse belo Sol que te ilumina desde cima…
Ficas despido em frente ao vasto oceano…
Mas filho de marinheiros logo traça um plano!
Ergue-te como outrora o fez esta nação
Une tua força e controla a emoção…
Mostra que um país virado para o mar
Tem dois recursos que pode utilizar!
Rui Pais
21/01/2006
QUANDO TE FALAREM DE MIM
Um dia quando te falarem de mim
Diz que existi como parte duma fantasia
Plantada ao Sol suspenso em meu jardim
Donde jorrava a fonte da poesia!
Diz que do pôr-do-sol ao raiar da aurora
No apaixonado tempo em que se namora…
Aconchegava-me em teus seios de marfim
Nesse meigo quentinho de meu confim!
Provei do teu doce mel
Também saboreei um pouco de fel…
Agora oiço o poeta declamar
Românticas baladas de encantar!
Rui Pais
19/01/2006
MEU ALIMENTO NATURAL
Antes de me alimentar com qualquer comida
Alimento-me do Sol que chega com a vida!
Sempre esteve presente mesmo se o ignorei
Em épocas remotas quando por aqui passei!
Seu toque mágico, repentino e suave
Chega em raios de luz e é muito leve…
Trás esse brilho que contém a energia
Logo pela manhã quando me acaricia!
E eu ao Sol só lhe posso agradecer
Sem saber ao certo como o fazer…
Penso, será que ele me rejeita?
Creio que não… ele me consente…
Ainda se lhe faço alguma desfeita!
Quando está no seu mau humor
Afasta-se com alguma ira e rancor...
Interpõe um manto entre ele e mim
Isolando a luz que dá calor ao jardim!
Irado virou-se e disse-me assim:
Não podes chegar fora de horas
És cheio de múltiplas demoras…
Quero-te longe de meu confim!
Depois quando o tempo escurece
Ele parte e no dia seguinte reaparece…
Vem cheio de vitalidade e distribui a luz…
Pareceu-me notar na sua claridade
No brilho que emitia certa vaidade!
Rui Pais
16/01/2006
OS PETROLEIROS E A POLUIÇÃO
Os petroleiros que cruzam os mares
São um atentado contra o ambiente…
Derramam o crude que é tão poluente
Junto à costa, e em tantos outros lugares!
Quem é que protege a fauna e a flora
Contra estes tanques da nossa era?
Não existe uma punição severa ou grave
Deixa-se a nafta à deriva numa nave!
Estes navios são um atentado à vida
Experiência tantas vezes já antecedida…
Quando cruzam o litoral de minha nação
Sinto lacrimejar sobre o meu coração!
Neste oceano basta uma gigantesca vaga
Pequeno ou grande o navio, ela o naufraga!
Onde estão as leis contra a poluição
Para combater a constante praga?
A indústria necessita da matéria-prima
Depende do crude, não o temos neste clima
Mas apresentam-se várias alternativas
E no nosso meio elas não são agressivas!
O carvão, o petróleo, têm um turvo rosto
Que é escuro, sujo e causa desgosto…
A força do mar, a energia solar e o vento
Não poluem, e têm agora mais fundamento!
Chegou a hora de salvar a nossa mãe Terra
Não mais queremos este estado de guerra…
Os poetas dão a mão contra a contaminação
Nosso planeta está doente, somos a redenção!
Rui Pais
14/01/2003
SE O HOMEM DEIXASSE DE PENSAR
Se o homem deixasse de pensar
Não mais voltaria a sonhar!
Sem esse precioso acontecimento
Parava todo o desenvolvimento!
Se o homem deixasse de pensar…
Esse amor de homem e mulher
Que gera filhos e toda a gente quer
Já não poderia continuar!
Ele parava o presente…
Eclipsava de vez o futuro…
Entrava num mundo escuro
Onde tudo estaria ausente!
Não existiriam outros universos…
Tão pouco poderia escrever versos…
Ele simplesmente feneceria
Numa tremenda melancolia!
Se o homem deixasse de pensar
É melhor tentarmos ignorar…
Não haveria qualquer guerra
Mantendo-se a rotação da Terra!
Rui Pais
13/01/2006
AMENO INVERNO
O Outono chegou e partiu chuvoso…
Muito frio, austero, foi tão rigoroso…
Quase sempre muito cinzento e nublado
Acima das nuvens havia um Sol camuflado!
Chegou o Inverno e o tempo mudou…
O raro é que o clima melhorou!
Que delicioso que é o entardecer
E o Sol na aurora com a luz do amanhecer!
Mas que Inverno tão ameno
Sem provocação ou veneno…
Os dias brilham no horizonte
E as aves cantam a monte!
Há uma certa alegria no ar
Como dá gosto andar à beira-mar!
O Sol fazia esquecer esse frio
Por instantes pensei estar no Estio!
Sentei-me de frente para este mar
O Sol resplandecia e apetecia tocar…
Diversos navios avistavam-se lá na frente
Uma brisa suave chegava agora de levante!
Neste dia de Inverno surpreendente
O vivo azul celeste era complacente…
A terra e o oceano estavam de braço dado
Pareciam querer entoar um qualquer fado!
Rui Pais
09/01/2006
O AMOR ACONTECE
Fiquei apaixonado por ti
No primeiro instante em que te vi.
Não mais controlei meu coração
Ele saiu da orbita de sua rotação!
E contigo na minha mente
Em nenhum momento te vi ausente
Sentia-te dentro e fora de mim
Tu és a harmonia de meu jardim!
Cá fora no ambiente exterior
Eu corro atrás deste meu amor…
Lembro-me duma jangada à deriva
Quero agarrar minha amada furtiva!
Quando entramos na mesma sintonia
Deixou de ser um amor fantasia…
Havia muito empenho e vontade
No alcance de nossa felicidade!
Abraçamos este nosso querer
Logo deste à luz um novo ser…
Pomo dum amor genuíno
Que brotou no seio de nosso ninho!
Nasceu mais um petiz
Robusto, fruto ainda maduro…
Já havia outro aprendiz
Para se juntar ao próximo futuro…
O mundo não pode parar
Muito está por descodificar!
Outras gerações se seguirão
Neste processo de fusão!
Rui Pais
07/01/2006
A MEDITAÇÃO DO POETA
Na poesia, esteja no campo ou na cidade
Gente tem sempre em conflituosidade…
Só que esses seres racionais
Vivem na pobreza de seus ideais!
Não passam duma palhaçada
Porque sua mente depauperada
Está transfigurada!
Muito doente…
Dêem-lhes uma almofada
Para que reflictam condignamente!
Sempre te vi por muitos lados
Mas na tua geometria
Não havia simetria…
As medidas dos ângulos
Estavam quase sempre erradas
Foram engolidas nessas derrocadas!
Mostra tua obra ao mundo…
Ou será que tudo o que escreveste
Se afundou num abismo profundo
Numa letargia celeste!
Talvez alguma vez uma sereia
Um dia te mostre de novo a luz
E ao Sol já despojado dessa cruz
Te possa depositar na areia!
Entenderás a aurora…
Acabas de deixar as trevas
Vê se mais alto te elevas…
Na noite verás a Lua cheia
Sentado em verdes relvas!
Rui Pais
03/01/2006
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HOMENAGEM A MOZART
Há tanto tempo que Mozart nos deixou
Ficou sua alma com a música que legou…
Está tão enraizada nesta nossa era
Que parece ecoar através da atmosfera!
São raras as mentes com tal idoneidade
Que ficam perpetuadas pela posteridade!
Amadeus Mozart lembra uma bela canção
Ao nascer já trazia a música no coração!
Há seres duma inteligência sem limite
Parece que partem mas não vão embora.
Criaram raízes que o tempo não devora…
Suas melodias são a prova do evidente!
Rui Pais
28/01/2006
LA MUERTE DEL POETA
La muerte del poeta ha sido muy triste
No han tenido respecto ó consideración.
Lo asesinaran en algún rincón
Y así su vida se fue, así partiste!
Algunos políticos practican barbaridades…
Pero poco se sabe de estas atrocidades…
Para sostener por la fuerza su poder…
No hay contemplación en su querer!
Deseamos políticos para la unión nacional
No los que sirven la corrupción internacional…
La gente no vive de falsas promesas
Ni se alimenta con su tipo de palestras!
Al partir el trovador dejó sus versos…
Hablan del amor y de múltiplos universos…
Su muerte agregó a los poetas del mundo
En un sentir mucho mas amplio y profundo!
Rui Pais
26/01/2006
SONHO, PESADELO OU REALIDADE
Andei por muitos caminhos
Alguns longe, outros vizinhos...
Cruzei imensas fronteiras
E nunca encontrei barreiras!
Projectei meu pensamento
No mais fundo do firmamento...
Senti-me livre como uma ave
Viajando numa sofisticada nave!
Andei por entre as estrelas
Nalgumas até fiz escalas
Mas não consigo encontrá-las…
Pertencem a outra dimensão
Onde não chega minha razão!
Se eu não sou deste ambiente
Porque vim viver com esta gente?
Nesse planeta onde residia
Atribuíam-nos funções no dia a dia!
Que terão eles como encargo
Num Universo vasto, tão largo?
Se estão num nível mais avançado
Terá sido antes do nosso planificado?
Nas galáxias a vida decorre de forma normal…
Há raças mais evoluídas nesse pelotão da frente
Têm seus próprios meios, são auto-suficientes
E usam a sua enorme competência mental!
Rui Pais
24/01/2006
A MORTE DO POETA
Um dia cruzarei a fronteira da vida
Numa data que não me foi citada.
Não levarei nenhum passaporte
Nem me identifico com a morte!
Seja numa noite fria e escura
Ou no despontar da alvorada…
Sozinho farei essa caminhada
Talvez a derradeira aventura!
Dispo minhas vestes de poeta
Nessa celebração tão funesta…
Digo até breve ao Sol doirado
Num ilusório enterro velado!
Habitei esta comarca na Terra
A mesma que ora me enterra.
Fui seu constante defensor
Tanto lhe exaltei o fulgor!
Meus versos são parte d’ alma
Esses a terra não reclama.
Podem ser lidos ou criticados
Jamais serão soterrados!
Versos que deixo ao tempo…
Relíquia do meu pensamento!
Ecoarão ao soprar do vento
Seja nos povoados ou no campo!
Meu corpo fertilizará este chão
Criando nova forma de embrião
Numa metamorfose circunstancial…
Eu me evadi no mundo espiritual!
Rui Pais
18/04/2006
UMA PARTE DE MIM
Sou um fragmento de estrela
Um pedacinho de céu na terra…
Desintegrei-me no sopé da serra
Sou lava que ficou sem vela…
Sou o resultado duma erupção
Vindo das entranhas dum vulcão
Tive formas de viva, já fui tudo…
No silêncio forçado, fiquei mudo!
Se tantas vezes eu estremeço
É mais um terramoto que pareço…
Deve-se ao pulsar de meu coração
Sensível no auge da minha rotação!
Habito o mais profundo deste astro
Não conhecem meu real cadastro…
Nunca poderei ser por vós sentenciado
Sou o meio onde têm coabitado!
Não tentem julgar minha vida
Eu sou quem lhes dá a guarida…
Nem queiram ajuizar o Universo
É um mundo demasiado complexo!
Sou a razão de cada Primavera
Que trás vitalidade e renova a terra…
Sou toda e qualquer semente
Debaixo deste Sol incandescente!
Apetecido é o meu produto
Quando maduro está seu fruto...
Como apetecido é o renascer
Deste solo a cada amanhecer!
Rui Pais
20/01/2005
OS ERROS
Hoje, entrei noutro dia
O de ontem já abalou.
Tentei apagar as partes negativas
Mas nem tudo a razão apagou!
Apesar disso concluí
Que com erros eu sempre convivi…
Por vezes são tão imperceptíveis
Vêm camuflados e partem invisíveis…
Rui Pais
17/01/2006
LOS PETROLEROS Y LA CONTAMINACIÓN
Estos petroleros que cruzan los mares
Son un atentado contra el ambiente
Vertiendo ese negro crudo degradante
Cerca de la costa y en otros lugares!
Quién preserva la fauna y la flora
Contra estos monstruos de nuestra era?
La punición casi no existe, es tan suave…
Que la nafta fácil sale al mar de la nave!
Barcos que llevan una carga explosiva
Triste experiencia tantas veces destructiva…
Cuándo pasan a lo largo de mi nación
Siento una herida abierta en mi corazón!
Donde están las leéis contra la contaminación
Para combatir esta constante inundación?
Le basta al océano una imponente vaga
Y el buque saca al mar toda su carga!
La industria necesita esta energía
Dependiente del crudo todavía…
Cuándo tantas son las alternativas
Y ni siquiera se presentan agresivas!
El carbón, el petróleo, fueron una gloria
En su época a lo largo de nuestra historia…
La fuerza del mar, la energía solar y el viento
Sin duda que podrán ser el próximo evento!
Ha llegado la hora de salvar nuestra madre la Tierra
De no mirarla más como consecuencia de la guerra…
Los poetas se dan las manos contra la contaminación
El planeta está enfermo, nosotros somos la solución!
Rui Pais
15/01/2003
O QUE EU SINTO
Sinto uma espécie de alento universal
É comum a toda a gente também…
Chega em forma de energia espacial
Do Cosmos cintilante que Deus detém!
Rui Pais
11/01/2003
O PLANETA DO FOGO
Sinto fogo por todo o Universo
Fogo nos meus poemas e versos...
Fogo que arde dentro do planeta…
Fogo em todos os Sois e cometas!
Lava que flúi duma cratera
Numa emissão para a atmosfera…
Expele esses gases e é tão primordial
Para manter o equilíbrio ambiental!
No seu âmago cruzam-se múltiplos canais
Levando o sangue em suas veias originais
São de lava em fogo rubro incandescente
Que jorra neste meio ininterruptamente!
Terra abundante em vida interior
Do teu ventre emerge a fruta e a cor…
Chão em que me firmo de tamanho colossal
Terra amada tu és um fenómeno excepcional...
Um astro estranho e incompreendido
Podes arrasar com um potente terramoto…
Do fundo do mar enquanto está desprevenido
Ergues essas águas num medonho maremoto!
Tudo treme ao notar tua vigorosa inspiração…
Ainda mais assustadora é essa tua expiração…
Tens um respirar muito temido e de respeito
Dás e levas a vida segundo teu próprio preceito!
Este é o continente que nos atende...
O mesma que tanto nos surpreende…
A região onde cada um de nós habita
Nesta estrela há fogo é a vida que palpita!
Rui Pais
10/01/2006
LEMBRO
Lembro quando me escrevias
Falavas de tuas e minhas poesias.
Tinhas uma visão muito dilatada
Já então mostravas ser requintada!
Lembro esse tempo de nossa amizade
Havia outro grau de confiança e intimidade…
Depois por culpa talvez minha ou tua
Evadi-me e só pensava no Sol e na Lua!
Como se uma certa indiferença
Fosse a causa, uma espécie de doença…
E tu colocaste-te em idêntica posição
Pensaste que este caso não tinha solução!
Apenas entendia que a distância
Podia contribuir para essa ausência.
Muitas vezes senti a saudade
Mas não notava reciprocidade!
Enveredaste por uma nova vida
Num projecto de mulher decidida
Assumindo outra responsabilidade
Que pedia empenho e qualidade!
Se no teu trabalho estavas presente
Nossa relação não era tão consistente
E delineavas um avançado projecto
De que serias o principal arquitecto!
Nesta amizade de conturbada relação
Que adormecia e despertava tipo vulcão…
Por vezes parecia que este nosso mundo
Acordava para entrar num sono profundo!
Rui Pais
09/01/2006
OS TEUS OLHOS
Que mescla de raças terás dentro de ti
Nesse perfil exótico e primaveril?
Teus ternos olhos quem tus deu
E que método usou quando os teceu?
Quem terá sido o engenhoso arquitecto
Que te criou com um sinal de afecto?
Quem foi esse glorificado escultor
Só poderia ter sido Deus Nosso Senhor?
Olhava o Universo com as estrelas no céu
Na noite que te esculpiu quando te concebeu.
Durante o dia Ele acompanha a luz solar
Cruzando o horizonte via-te a caminhar!
Quem terá sido esse exímio artista?
Que obra-prima teria em vista?
Quem foi esse genial pintor
Que te avivou com especial primor?
Alguém no passado te possuiu
Nessas vidas que o tempo já diluiu…
Porque serias então cobiçada
Talvez fosses rainha, princesa ou fada!
Rui Pais
05/01/2006
UMA GUERRA
Uma guerra é uma afronta
Quase sempre bastante injusta
Mostra através da força bruta
Que não se quer perder a luta!
Rui Pais
04/01/2006
O ESPELHO NO MAR
Desde as margens do continente
Até ao mais longínquo no horizonte
Essa faixa de mar reflectia um espelho
Num Sol poente em brasa vermelho!
Rui Pais
02/01/2006
O INVERNO SURPREENDE
Nem sempre a chuva e o frio de Inverno
Fazem dele um consecutivo inferno.
Surgem alguns belos dias
Afastando as malogradas melancolias.
E logo sinto a vida a pulsar lá fora
Com a alegria dos tempos de outrora!
Rui Pais
02/01/2006
NA TRANSPARÊNCIA DO LAGO
O amor está nos nossos corações
Logo se sentem certas vibrações.
Somos os afluentes que formam o rio
Nenhum rio foge ao seu desafio!
Olhei tua face na transparência do lago…
Teu rosto nele reflectido mexeu comigo.
Vi um semblante muito fino e esbelto
Tentei acariciá-lo mas parecia coberto!
Encontrei-te junto à água desterrada
Eu queria-te para minha amada.
Colhi o fruto apetitoso da manhã
E vi em ti ainda verde a maçã!
Eu sou o Sol que te aquece…
Trago a luz que te fortalece…
Entregamo-nos ambos ao amor
Em nossos corpos sobe o rubor!
Deixa-me acariciar teus seios…
Quero saciá-los com beijos…
Meus lábios procuram tua boca
Minha voz de paixão está rouca!
Meu corpo enrosca-se no teu…
Rápido, tornas-te no meu céu…
Vou entrar no teu jardim
Flutuar nesse éden sem fim!
Quero conquistar teu coração…
Seremos como Eva e Adão…
Formaremos o nosso paraíso
A partir do teu doce sorriso!
Rui Pais
01/01/2006
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